Ivan Clavery
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
  Ok, ok
Depois de inúuuuuuumeros pedidos de leitores do blog que leram o post imediatamente anterior (tá, foram só dois pedidos de ocasionais leitores do blog num bar de Botafogo, mas enfim, deixa quieto) eu sou obrigado a vos apresentar o melhor video atualmente presente no You Tube de uma performance...Mas dessa vez DOS ANOS 90:

Uns menos avisados esperavam algo sobre Pearl Jam. Não meus caros. Muito óbvio. Vamos mais além do clichê nesse humilde espaço.

VMA's 1997. Bruce Springsteen, vulgo THE BOSS, está para todos os efeitos velho e acabado. Chamam o cara, quase por caridade, pra cantar a então bombante "One Headlight" com o filho do Bob Dylan e o The Wallflowers. Lembremos aqui que The Wallflowers nessa época era tipo a "melhor banda independente" da época.

Quem nunca leu a letra de "One Headlight" que por favor leia antes de continuar a ler isso aqui. Ok, se você já leu sabe o quão espetacular é a letra. É uma letra completamente no estilo Bruce Springsteen. A letra tem tudo: momentos marcantes, momentos passionais, românticos, fortes, exagerados e tudo mais que uma letra de rock contemporâneo tem que ter.

Enfim, mesmo estando teoricamente no ocaso do mundo do rock, The Boss estraçalha na apresentação. Chegando ao ponto de dividir microfone pro último refrão, coisa não vista desde os anos 70 (no mínimo).

É uma música clássica mesmo no disco de estúdio do Wallflowers...Mas pelamordedeus... Nesse VMA's dá vontade de chorar...que coisa linda, haha!

Que apresentação!!!!! Realmente histórica! Vejam vocês:

 
  E a melhor performance ao vivo da década (que está no Utube) vai para.........
Cat Power tocando "Metal Heart" no programa do David Letterman depois de passar por todas as provações possíveis impostas a um ser humano. Quando falamos de Cat Power tem que se lembrar que falamos da cantora de pop/rock gringa com talento mais claro e menos aproveitado da última geração. Isso tem que ficar claro. Era pra mulher ter dominado completamente a indústria musical independente nos fins dos anos 90 e começo dos anos 2000...Mas não dominou....Que coisa...

Apesar de bons discos (não tão bons quanto poderiam ser) os shows dela eram considerados uma grande merda pela crítica e público porque Cat Power tinha um forte problema com alcoolismo, comportamento errático, além de problemas pessoais dos mais diversos que não acabe aqui citar (basta uma rápida busca na internet).

Enfim, a mulher FINALMENTE superou tudo e lançou de longe um dos melhores discos da década. Não só pra mim, a revista Rolling Stone também considerou: http://www.rollingstone.com/news/story/31248017/100_best_albums_of_the_decade/44

E aí
vem a performance ao vivo no Letterman. Destruidora! Depois de se estabilizar com o The Greatest, superar todas as provações e finalmente admitir-se como "uma nova mulher" ela solta toda a angústia e inquietude nessa aparição. Que video, que performance "bigger than life". Pra mim não tem video mais anos 2000 do que esse em todo You Tube.

A banda que a acompanha também entra na onda e o comentário final do Letterman é corroborador: "What's the deal with these guys?"



Vice:

Se não fosse a Cat Power ganharia a Sabina Sciubba e o Brazilian Girls e sua "Don't Stop". A apresentação é muito interessante, vale ver realmente, mas digamos que a Cat Power é mais anos 2000!

 
  “Mas é por aqui que devemos começar”
Ano novo é sempre a mesma coisa. A esperança, a alegria, a ressaca. Uma ressaca ocidental, de assustar quem sai na rua no dia primeiro antes das 5 da tarde e vê uma grande metrópole completamente vazia.

E as pessoas fazem planos, muitas vezes desejam e confiam totalmente que irão cumprir suas promessas e realizar seus sonhos. Aí a ressaca chega e as coisas não parecem tão simples assim.
Minha opinião: AS COISAS NÃO DEVEM SER SIMPLES. A possibilidade existe, não obstante a jornada tem que ser dura e tortuosa pra valer a pena.

Temos que enfrentar como aquela velha história do irlandês anônimo que perguntado sobre o caminho para Ballyahinch, refletiu e disse: “Se eu fosse você, não começaria por aqui.”
Mas é por aqui que temos de começar.

Ps 1 – LOGO ABAIXO outro mini texto publicado hoje sobre séries da Globo
Ps 2 – Referências retiradas de “Globalização, Democracia e Terrorismo” de Eric Hobsbawn
 
  Séries da Globo

O texto que ia vir aqui hoje seria sobre nacionalismo, mas aí eu me deparei com uma discussão ontem sobre qualidade das novelas/séries da Globo e não me agüentei. O nacionalismo decadente das nações acho que sobrevive até pelo menos a Copa do Mundo então vai ter que esperar.

Não vejo novelas há muito tempo, acho que nesse século não vi nenhuma. Não gosto de novelas brasileiras, mas acho quem fala muito mal sobre elas exagera. Porém, quero ficar aqui nas mini séries, até porque começou “Dalva e Heriberto” que parece ser interessante.

Veja que estamos falando de dois cantores da Era do Rádio que eu (que me considero arrogantemente pseudo-especialista em samba e MPB) não ouvia sequer referência há muuuuuuito tempo. E na REDE GLOBO? Monopolizadora de opiniões, comportamentos e o que mais for como nenhuma outra mídia no Ocidente é? Quão importante é isso?

Nos últimos anos tivemos “A Casa das Sete Mulheres”, “Maysa”, “Presença de Anita”, “Cidade dos Homens”, “Quinto dos Infernos” a fantástica “Pedra do Reino” e outras. Todas com algum interesse histórico/cultural. Porém deixa eu classificar minha favorita disparada aqui: “Capitu” que praticamente SOZINHA despertou um renovado interesse por Machado de Assis que valorizou demais nosso melhor escritor no seu centenário de morte. Vi pessoas que nunca leram nada que não fosse Paulo Coelho ou Dan Brown comprando “Dom Casmurro.”

A série é a segunda do Projeto Quadrante que pretende levar a literatura brasileira pra televisão. A primeira foi “Pedra do Reino” e aí veio “Capitu”. Que falar de Dom Casmurro”??? Melhor livro que li na adolescência, um apanhado da melhor ironia machadiana mesclada com temas cruciais como a finitude das coisas, a passagem inexorável do tempo, a amizade, o amor. Tudo isso com o trágico e o cômico andando juntos. Como é vida, não é mesmo?

E a série da Globo foi feita com tanto esmero técnico, artístico e estilístico que emociona realmente. A trilha sonora contemporânea foi realmente um achado. Como Machado é tranquilamente um cara que aborda temos que hoje são até mais relevantes do que no século XIX encaixou perfeitamente.

Então deixo vocês com um clipe de Capitu e Beirut tocando Elephant. Coisa linda. Coisa de primeiro mundo. Primeiro Mundo que a Globo (as vezes) nos mostra que o Brasil poderia ser com mais regularidade.

 

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